terça-feira, 27 de setembro de 2016

OMS divulga dados alarmantes sobre poluição do mundo


Segundo a Organização Mundial da Saúde, 92% de todas as pessoas do planeta vivem em lugares onde a qualidade do ar está fora dos padrões da OMS.

Pedro VedovaLondres, Inglaterra









A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta terça-feira (27) dados alarmantes sobre a poluição no mundo – 92% de todas as pessoas do planeta vivem em lugares onde a qualidade do ar está fora dos padrões da OMS.
Nove em cada dez pessoas respiram ar de qualidade ruim e 6,5 milhões morrem todos os anos por causa daquilo que a gente respira nas ruas.
De todos os dados da OMS, um dos mais abrangentes mostra que, em 2012, quase 12% de todas mortes no mundo foram por causa da poluição dentro e fora de casa. Em geral desencadeadas por infartos, AVCs, câncer de pulmão e outras doenças respiratórias.

O estudo recolheu amostras do ar em mais de três mil lugares pelo planeta e 90% dessas mortes acontecem sobretudo em regiões mais pobres. Quem lidera o ranking dos países mais contaminados é Turcomenistão, com 108 mortes por cada 100 mil habitantes. Depois vêmAfeganistãoEgitoChina e Índia. No Brasil, a média foi de 14 mortes a cada 100 mil habitantes.
A Organização Mundial de Saúde fala em "urgência" para enfrentar uma "emergência sanitária". A OMS recomenda investir correndo em energias limpas e transporte ecológico.

Postado por Carlos PAIM

sábado, 14 de maio de 2016

Posto de Identificação móvel na Caravana da Saúde deve emitir 900 identidades


Serão disponibilizadas 300 senhas por fim de semana e o serviço é gratuito (Foto: Divulgação)Quem procurar o Posto de Identificação móvel montado no centro de eventos Albano Franco onde é realizada a Caravana da Saúde, em Campo Grande, poderá tirar a primeira via do RG (Registro Geral) sem precisar agendar o serviço e ainda de graça. Isso, graças ao Governo do Estado que disponibilizou 900 documentos para serem emitidos no local.
O serviço será dividido durante os três fins de semana que a Caravana vai estar na Capital a começar por este. Por final de semana serão disponibilizadas 300 senhas a população sendo elas 150 no sábado e outras 150 no domingo.
Os atendimentos serão realizados pelos servidores do Instituto de Identificação das 8 às 18 horas hoje e amanhã e nos próximos dois finais de semana, dias 21 e 22 e 28 e 29 de maio, das 8 às 18 horas.
Os usuários precisam levar os documentos originais da certidão de nascimento ou casamento, CPF (Cadastro de Pessoa Física) se tiver e comprovante de residência. Caso o usuário seja menor de idade ele deverá estar acompanhado dos pais durante o atendimento.
O diretor do Instituto de Identificação lembra que o atendimento na Caravana da Saúde é exclusivo para usuários que ainda não tem carteira de identidade em Mato Grosso do Sul, que a entrega do documento será feita posteriormente nos Postos de Identificação e que o prazo irá variar conforme a demanda.
Interior - o Governo do Estado já emitiu 1.151 novas carteiras de identidade para os usuários da Caravana da Saúde dos municípios de Coxim (36), Ponta Porã (221), Três Lagoas (200), Paranaíba (100), Nova Andradina (85), Corumbá (51), Naviraí (44), Jardim (72), Aquidauana (112) e Dourados (230)
CampoGrandeNews
Postado por: Ygor I. Mendes

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Déficit no Orçamento é maior que R$ 96 bilhões, diz ministro

Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, em coletiva no Palácio do Planalto
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (13) que o déficit primário no orçamento é maior que os R$ 96,7 bilhões reconhecidos pelo governo da presidenta afastada Dilma Rousseff. O novo ministro, então deputado federal, relatou o Orçamento de 2016, na Câmara dos Deputados.
Segundo ele, o Orçamento tem receitas superestimadas, como aquelas previstas com CPMF e que não se realizarão. A renegociação da dívida dos estados também deve impactar o Orçamento deste ano.
“Além do impacto dos índices macroeconômicos, nós teremos um déficit fiscal superior aos R$ 96 bilhões como estão colocados no projeto encaminhado ao Congresso. Vamos reavaliar essa questão dos déficits”, disse Barros.
O ministro explicou que o governo tem ainda R$ 230 bilhões de restos a pagar que concorrem com o Orçamento de 2016, como emendas parlamentares de 2015, que são impositivas, não foram pagas e não estavam previstas.
O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá, disse que a intenção é aprovar logo o projeto para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com o déficit previsto de R$ 96,7 bilhões e, após, enviar emendas para aumentar esse valor. O Tesoura Nacional deu prazo até o dia 22 de maio para que a LDO seja aprovada no Congresso, para não comprometer os pagamentos do governo.
Os ministros falaram após a primeira reunião ministerial do presidente interino Michel Temer para discutir as primeiras medidas do governo, que deverão ser anunciadas na próxima semana. Temer assumiu ontem (12) após o afastamento de Dilma Rousseff. Ele fica no cargo por até 180 dias ou até que o Senado Federal julgue o processo de impeachment de Dilma.
Temer também já deu posse aos novos 23 ministros.

AgenciaBrasil

Postado por: Ygor I. Mendes

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Diretora-geral da OMS visita o Brasil esta semana para acompanhar Zika

Brasília - A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margareth Chan, e a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, virão ao Brasil esta semana para acompanhar a epidemia do vírus zika no país. Hoje no Rio, o governador Luiz Fernando Pezão lança uma força-tarefa para combate aos focos do mosquito Aedes aegypti no estado. Cerca de 800 bombeiros foram convocados para o lançamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, a visita da diretora-geral da OMS ocorre a convite do próprio governo brasileiro. A comitiva será informada sobre as medidas que o governo está tomando para conter o crescimento da doença, que pode estar relacionada com a ocorrência de casos de microcefalia.

As diretoras da OMS e da Opas chegam a Brasília amanhã, quando serão recebidas pela presidente Dilma Roussef e a equipe do Ministério da Saúde. Na quarta-feira viajam para Recife, já que Pernambuco registra o maior número de casos de microcefalia possivelmente associada à infecção pelo zika — 182 casos da malformação confirmados e 1.203 em investigação.
Hoje a presidente Dilma vai a São Paulo para participar da assinatura do contrato entre o Ministério da Saúde e a Fundação Butatan para o desenvolvimento da vacina da dengue. No início do mês, a OMS declarou emergência em saúde pública de interesse internacional em razão do aumento de casos de infecção pelo zika em diversos países e de uma possível relação da doença com quadros de malformação congênita e síndromes neurológicas.
O Ministério da Saúde investiga pelo menos 3.935 casos suspeitos de microcefalia possivelmente associada ao vírus. Até o dia 13 de fevereiro, 508 casos foram confirmados e 837 descartados de um total de 5.280 notificações de estados e municípios ao governo federal. Desde a última quinta-feira, a notificação de casos suspeitos de infecção pelo zika é obrigatória no Brasil. A portaria prevê que todos os casos suspeitos deverão ser comunicados semanalmente às autoridades sanitárias.

Butantan está testando vacina

O Instituto Butantan, de São Paulo, que assina hoje contrato com o Ministério da Saúde para desenvolvimento de vacina contra a dengue, já iniciou a fase 3 de testes clínicos em voluntários. A instituição pretende testar a vacina em cerca de 17 mil pessoas em 13 cidades de 12 estados brasileiros para participarem da pesquisa. Os testes serão feitos em 14 centros de estudo credenciados pelo Instituto Butantan.
Essa será a última fase de estudos antes que a vacina possa ser submetida à avaliação da Anvisa para registro, mas esse período pode levar até um ano e meio. Dois terços dos voluntários recebem a vacina e um terço recebe placebo, que é a medicação sem efeito medicinal. O objetivo é verificar se o grupo vacinado teve uma redução considerável de casos de dengue em comparação ao grupo que recebeu o placebo.
O desenvolvimento da vacina é resultado de uma parceria entre o Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), o Instituto Adolfo Lutz, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) — Instituto Central e Instituto da Criança. O projeto tem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A vacina é feita com os próprios vírus da dengue, que foram modificados para que a pessoa desenvolva anticorpos contra os quatro sorotipos da dengue sem desenvolver os sintomas relacionados a eles.
Segundo o Instituto Butantan, os testes têm mostrado que bastará uma dose para que a vacina seja eficaz. Trata-se da vacina brasileira contra dengue em fase mais avançada de desenvolvimento, mas há outras iniciativas em andamento no mundo.

Cartilha é proposta para Guillain-Barré

Neurologistas que estudam o aumento de casos de Guillain-Barré, doença associada ao vírus zika, vão propor a elaboração de cartilha e vídeos para orientar sobre o diagnóstico da síndrome que provoca paralisia e pode levar à morte, se não for tratada a tempo, de acordo com a agência Estadão Conteúdo.
Em encontro realizado em Natal, no Rio Grande do Norte, especialistas manifestaram preocupação com a dificuldade dos profissionais de saúde de identificar a doença e temem tanto a subnotificação quanto o aumento de casos relatados por equívoco. 
Semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o registro da doença no país cresceu 19% entre janeiro e novembro de 2015 em relação a anos anteriores. Somente em Alagoas, por exemplo, o aumento foi de 517%.
O Grupo de Estudos das Manifestações Neurológicas das Arboviroses reúne médicos do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Segundo o neurologista e professor da UFF Osvaldo Nascimento, além dos casos de Guillain-Barré, os médicos têm observado outras síndromes neurológicas.



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

OMS recomenda abstinência ou sexo seguro a quem foi a regiões com zika

Todos os homens e mulheres que retornam de regiões onde há transmissão do zika vírus devem adotar "práticas sexuais seguras ou considerar a abstinência por um período de, pelo menos, quatro semanas", recomendou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (18).

Em um guia sobre "A prevenção da potencial transmissão sexual do zika", a organização acrescentou que as pessoas que "vivem" nessas áreas "devem considerar práticas sexuais seguras ou abster-se da atividade sexual", sem especificar por quanto tempo.
Essas recomendações se baseiam no fato de que a maioria de infecções de zika são assintomáticas e que a transmissão sexual do vírus pode ser possível, embora as evidências disso se limitem a poucos casos.
Os conselhos iniciais da OMS em matéria sexual se dirigiam principalmente às mulheres grávidas pela suspeita de que o zika possa estar relacionado com o aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos no Brasil e da síndrome Guillain-Barré.
No entanto, a organização generalizou suas recomendações a favor de práticas sexuais seguras frente a esta situação, que considera uma emergência de saúde de alcance internacional.
No guia divulgado hoje, a OMS pede às gestantes que residam ou retornem de zonas afetadas a manterem práticas sexuais seguras ou abstinência "durante toda a gravidez".
"As mulheres que fizeram sexo sem proteção e não querem ficar grávidas devem ter acesso a serviços de contracepção de emergência", pede a entidade.
A transmissão sexual do zika foi descrita em dois casos e se documentou um caso - que data de 2013, no Taiti -, no qual se encontrou o vírus no sêmen.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Plano da OMS para combate ao zika custará US$ 56 milhões até junho

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que vai precisar de US$ 56 milhões para implementar seu plano de combate à disseminação do vírus da zika. O projeto tem duração prevista até junho, quando deve ser reavaliado.

O "Plano de Arcabouço para Reação Estratégica e Operações Conjuntas", elaborado pela entidade, inclui medidas como fortalecimento de vigilância para a doença, combate ao mosquito, trâmite acelerado para pesquisa de vacinas e desenvolvimento rápido de diagnósticos.

Do total necessário ao projeto, US$ 25 milhões seriam bancados pela própria OMS e pela OPAS (Organização Panamericana de Saúde) e outros US$ 31 milhões sairiam de parceiros.

O montante anunciado, que servirá para coordenar os esforços de combate ao vírus, não inclui gastos de pesquisa prometidos por países individualmente e as verbas necessárias para pesquisa anunciadas por laboratórios privados e universidades.

É provável que, no setor de pesquisa, a maior parte do dinheiro não seja aquele canalizado para a OMS. O governo dos EUA, por exemplo, está negociando a liberação de US$ 1,8 bilhão para um fundo de emergência de combate ao vírus, que vai bancar cientistas trabalhando no problema.

Distribuição da verba

A primeira das duas metas de pesquisa anunciadas pela OMS é entender a ligação entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré. A segunda é acelerar a criação de vacinas, diagnósticos e terapias. Essas duas iniciativas receberão US$ 6 milhões inicialmente.

Outro objetivo do plano é tornar mais homogênios os critérios para diagnóstico e notificação da infecção pelo vírus e seus males associados, de forma que fique mais claro o mapa da epidemia.

Esse segmento do plano dedicado à vigilância da epidemia e ao mapeamento de distribuição do Aedes aegypti, receberá US$ 7 milhões.

O atendimento a gestantes com zika e acompanhamento de mães de crianças nascidas com microcefalia também estão contemplados no projeto, com US$ 14,2 milhões alocados.

O plano também possui um braço de ação comunitária e comunicação para explicar os riscos associados ao zika em áreas afetadas e promover o comportamento adequado.

Esse setor do plano contará com US$ 15,4 milhões. Parte da verba também se destina a "desmentir boatos e equívocos culturais", além de "reduzir a ansiedade" e "lidar com o estigma" em torno da doença.

O braço do plano para "controle de vetores" (combate ao mosquito) contará com US$ 6 milhões inicialmente, dirigido a países que abrigam o Aedes. Parte da verba também deve ser usada para distruibuição de repelentes, com prioridade para gestantes e mulheres em idade fértil.

O esforço de coordenação entre todas essas áreas deverá custar US$ 6,1 milhões.

A OMS não detalhou quanto cada país vai receber de todo o montante previsto no plano. O fator vai depender de três fatores: a presença do Aedes no país, o registro de casos de zika e a presença de malformações e síndromes neurológicas associadas ao vírus.



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Comitê de emergência da OMS inicia reuniões em Genebra sobre zika

O comitê de emergência da OMS (Organização Mundial da Saúde) para avaliar o risco de propagação do vírus zika no mundo terá hoje (1º) sua primeira reunião em Genebra.
O grupo discutirá se a propagação do vírus e sua possível relação com o aumento de casos de microcefalia constitui emergência em saúde pública de importância internacional, como aconteceu recentemente com a epidemia de ebola, detectada na África Ocidental.
Segundo o Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, apresentará os dados brasileiros por videoconferência.
O comitê foi criado depois que os Estados Unidos emitiram alerta para que gestantes não viajassem a países onde circula o vírus e que governos aconselharam mulheres a não engravidar.
O comitê é formado por profissionais renomados, especialistas na área. Segundo a professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, Deisy Ventura, o grupo pode se reunir por alguns dias, até definir se defende a declaração de emergência ou não. A decisão final é da diretoria-geral da OMS e pode ser mudada, dependendo das novas informações.
Durante sessão do conselho da organização na semana passada, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a situação do vírus no mundo mudou drasticamente e que o zika, após ser detectado nas Américas em 2015, se espalha agora de forma explosiva. Até o momento, segundo ela, 23 países já reportaram casos da doença
A situação é preocupante, segundo Margaret Chan, por conta de fatores como a ausência de imunidade entre a população; a falta de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápido; e a possibilidade de disseminação global da doença, quando considerada a presença do mosquito Aedes aegypti em diversas partes do planeta. O mosquito é o transmissor do vírus.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Relação entre microcefalia e zika só foi descoberta graças ao Brasil, diz órgão de saúde europeu

A epidemia de zika no Brasil permitiu que fosse constatada a relação entre o vírus e a microcefalia, disse à BBC Brasil um especialista do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, órgão da União Europeia responsável pela saúde.
Surtos anteriores em outras partes do mundo não haviam afetado populações suficientemente grandes a ponto de fazer-se notável o aumento do nascimento de bebês com má-formação.
"De certa forma, eu diria que a importância da população afetada no Brasil foi a de servir de revelador para a associação com a microcefalia", disse Deni Coulombier, chefe da unidade de vigilância e resposta do órgão.
Comparando a epidemia brasileira às ocorridas em ilhas do Oceano Pacífico, Coulombier explica que há duas razões para que o vínculo não tenha sido percebido anteriormente.
"Não houve tantas mulheres contaminadas e houve poucos casos (de microcefalia), que mal puderam ser notados. Agora, o mesmo risco aplicado a uma grande população sem resistência ao vírus no Brasil, que é mais concentrado em questão de espaço, você acaba vendo de repente dezenas de milhares de casos no mesmo hospital ao mesmo tempo", diz.
"Olhando em retrospecto para os outros países, está claro que ocorreram casos de microcefalia e de má-formação do sistema nervoso central."
Segundo dados do ECDC, após observar a epidemia brasileira, as autoridades da Polinésia Francesa revisaram seus números. Em 2013-2014 as ilhas sofreram com epidemia de zika e na revisão foi constatado que houve aumento no número de bebês nascidos com deformações no ano seguinte, passando de um caso para 17 casos na média anual.

Vínculo

O chefe da delegação brasileira que participa esta semana do Encontro Executivo da Organização Mundial de Saúde, OMS, em Genebra, Jarbas Barbosa, concorda que a epidemia brasileira permitiu que fosse descoberta a relação.
"Pelo trabalho feito até agora pelo Ministério da Saúde do Brasil e pelas instituições de pesquisa do país, a hipótese de que (a microcefalia) já ocorria antes e só foi percebida agora, porque tem um sistema de vigilância melhor estruturado, provavelmente é a hipótese mais provável", disse à BBC Brasil.
Barbosa ressaltou que diversos estudos estão sendo conduzidos no país para detalhar a natureza do vínculo entre zika e microcefalia.
"O que nós temos até o momento são estudos epidemiológicos que demonstram a clara associação entre mulheres que tiveram infecção por zika durante a gestação e a ocorrência de microcefalia entre elas significativamente maior. Isso aponta para que haja muito provavelmente associação causal".

"Vários outros estudos estão sendo desenvolvidos neste momento para comprovar essa hipótese (de causalidade), é muito provável que seja comprovada."
A Organização Mundial de Saúde ainda não reconhece o vínculo entre o vírus e a microcefalia como sendo de causa, porque, segundo a organização, outros fatores não podem ser excluídos.
Em entrevista à BBC Brasil, o porta-voz da OMS Christian Lindmeier disse que "pela evidência que temos em mãos, existe a sugestão de uma associação entre zika e microcefalia, mas há muitas coisas que ainda não foram estabelecidas e que precisamos saber". "
"A microcefalia pode ser causada por impactos ambientais, metais pesados, herbicidas, pesticidas, síndromes genéticas, infecções, álcool, drogas, vacinas. E esses podem ser outros cofatores na má-formação."
"Eu creio que os países que só agora estão identificando a circulação do zika vírus, no caso os nossos vizinhos na América Latina, se beneficiarão bastante da experiência que o Brasil vem acumulando em como detectar (o vírus) e garantir o cuidado desses bebês (com microcefalia)", avalia Barbosa.
A delegação brasileira participa nesta quinta-feira de um painel - seguido de entrevista coletiva - sobre o tema da zika na OMS em Genebra. Por meio de teleconferência, Barbosa e o diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, deverão compartilhar os últimos avanços no enfrentamento da epidemia no país.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

OMS anuncia fim de surto de Ebola

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Estadão Conteúdo

O pior surto de Ebola da história chegou ao fim, deixando três países arrasados, custando mais de US$ 1,6 bilhão da comunidade internacional e expondo os erros graves da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta quinta-feira, 14, foram completados 42 dias desde que o último caso de transmissão foi registrado na Libéria. Com o ciclo de incubação encerrado, a OMS anunciou nesta manhã em Genebra o fim do surto. Mas também alertou que o "trabalho ainda não terminou", já que o risco de novos casos também ainda podem aparecer nos próximos meses. A vitória sobre a doença chegou com mais de seis meses de atraso em relação às previsões iniciais da OMS. O trabalho a partir de agora, porém, será o de reconstruir três países que foram colocados de joelhos diante de um surto sem precedentes. A OMS chegou a alertar que o Oeste da África vivia uma "guerra" e apelou a medidas drásticas para impedir que o resto do mundo fosse afetado.
Nos meses que se seguiram ao registro de dezembro de 2013, os casos se proliferaram e cruzaram a fronteira da Guiné para a Libéria e Serra Leoa, causando mais de 11,3 mil mortos, 28 mil contaminados e destruindo economias inteiras. 6 mil crianças hoje perderam o pai, a mãe ou ambos por conta da doença.
Os estudos apontam que tudo começou com a morte de um garoto, Emile, no vilarejo de Meliandou, na área de floresta da Guiné. Num primeiro momento, médicos chegaram a ser atacados por populações locais, acusados de estarem infectando centenas de pessoas. Cidades inteiras foram isoladas, o Exército ocupou as ruas e os países chegaram a ser isolados do mundo.
Vigilância
Mas o fim do surto não significa o fim da guerra. Os países vão entrar agora em um período de intensa vigilância para que novos casos não apareçam. A Libéria, por exemplo, chegou a comemorar o fim da epidemia. Mas, em duas ocasiões desde então, novos casos foram registrados.
Os governos, agora, esperam que o fim da doença signifique que o comércio com o restante do mundo seja retomado. Países como a China passaram a impedir a entrada de pessoas da Guiné, afetando os negócios e derrubando um PIB já desgastado.

Mas, desconfiados, cientistas e mesmo políticos locais alertam que não há tempo para festas. A OMS reconheceu há poucos meses seu fracasso em identificar e tratar da doença, antes que ela tenha se espalhado. Empresas foram acusadas de não desenvolver vacinas e tratamentos contra a doença, ainda que o vírus tenha sido conhecido e mapeado há mais de 30 anos.

Existem ainda dúvidas sobre a resistência do vírus, depois que cerca de dez casos foram registrados desde março. Num dos casos, uma criança poderia ter sido contaminada depois de tomar leite materno. Sua mãe havia sido uma sobrevivente do Ebola.

Segundo reconheceu a própria OMS, o vírus poderia persistir em uma pessoa durante meses e transmitido pelo sêmen.

Vacinas experimentais tem sido testadas, enquanto tratamentos estão sendo desenvolvidos para erradicar os últimos traços do vírus em pessoas que sobreviveram. Até mesmo a última paciente da doença na Guiné, uma menina cuja mãe morreu por conta do vírus, apenas sobreviveu graças a um tratamento experimental.

Reconstrução. Para Letizia Di Stefano, coordenadora da entidade Médicos Sem Fronteira, centenas de pessoas ainda precisarão de apoio psicológico e uma campanha deve existir para permitir que os sobreviventes possam voltar a ser aceitos em suas comunidades. Um dos desafios é o de superar o estigma.

Para o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, o custo "humano e econômico foi enorme". "Precisamos continuar apoiando os sobreviventes e todos afetados pelo vírus", insistiu. "O Banco Mundial vai apoiar a reconstrução dessas economias e o fortalecimento dos sistemas de saúde", indicou. Para ele, a meta não é apenas a de colocar um fim à atual crise, mas a de evitar uma nova pandemia mundial.
Um dos principais diagnósticos da doença apontou que a falta de investimentos na Saúde havia aprofundado a crise. Antes mesmo da epidemia, os países afetados estavam entre os mais pobres do mundo, com menos de 200 médicos atuando e com mais de 80% da população sem acesso à saúde.
Para a OMS, uma das prioridades em 2016 será a de fortalecer os sistemas de saúde dos países afetados, inclusive para tratar outras doenças e recuperar avanços que foram anulados por conta do Ebola. Apesar de classificar a data como "um marco", a OMS insiste que o trabalho não acabou.


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